sexta-feira, 8 de abril de 2011

Samcil deixa de atender na região do grande ABC

Mesmo após o anúncio de que a crise financeira não traria prejuízo aos clientes, a Saúde Samcil fechou as portas no grande ABC. O Hospital e Maternidade Mauá, pertence ao empresário Luiz Roberto Silveira Pinto, que morreu na segunda-feira, não abriu as portas ontem. A unidade era a única da rede que ainda prestava serviços na região.


O fechamento pegou os funcionários, sindicato e mesmo clientes de surpresa, uma vez que a Samcil desmentiu dia 06/04/2011 o encerramento das atividades. "Não fomos comunicados, ninguem avisou do fechamento. Vamos esperar passar essa fase e na próxima semana procuraremos o grupo para conversar", esclarece o presidente do SindSaúde/ABC (Sindicato dos Trabalhadores do Setor Privado de Saúde do Grande ABC), Waldir Tadeu David.


Entre os trabalhadores da rede, o clima é de pânico. A última reunião feita entre a diretoria e Silveira Pinto, na segunda, trouxe balanço que não mostrava outra opção a empresa a não ser entregar a carteira de clientes à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que desde Janeiro audita as finanças do grupo. "A informação que temos é de que a dívida global da rede ultrapassa os R$ 200 milhões e nossa única saída seria vender a carteira e pedir a intervenção completa", conta um funcionário que prefere não se identificar. De 2009 até aqui o grupo recuou de 710 mil vidas para 240 mil.


Cerca de 90% da rede credenciada ao grupo já cancelou atendimentos por falta de pagamento, e boa parte da própria também não atendeu a ninguém ontem. No hospital Panamericano, sede da Samcil e que ainda está funcionando, o relato dos trabalhadores é que faltam remédios, alimentação, exames e profissionais.


Apesar do panorama, os profissionais contratados em regime de CLT ainda não tiveram os salários atrasados, no entanto, autonômos que prestam serviços à rede não recebem a dois meses. "Em Maua, todos foram orientados a desligar equipamentos e descartar materiais", conta outro funcionário, que também prefere manter o nome em sigilo.


Terça-Feira (06/04/2011) a família Silveira Pinto participou de reunião com a direção e pediu mais uma semana para avaliar se entregará o hospital e decretará a falência. Questionada sobre o problema, a empresa avisa, em nota, que "está passando por uma transição de presidência e diretoria, e deve manisfestar-se assim que este processo transitório terminar."



fonte: multicalculosaude.com.br