Às 22h do dia 20 de abril houve uma explosão no Golfo do México. Onze funcionários da empresa British Petroleum ficaram desaparecidos no acidente. Desde então, formou-se uma corrida contra aquele que pode ser tornar em breve o maior derramamento de óleo já ocorrido nos Estados Unidos, e um dos maiores da história.
O acidente ocorreu em uma região de intensa exploração de petróleo, a
No último dia 15, depois de 86 dias de vazamento e cerca de 170 milhões de litros de petróleo derramados, o vazamento foi contido. Um tubo de metal foi inserido na boca do cano pelo qual o petróleo está vazando no fundo do mar e fixado com um tampão de borracha. "O poço de petróleo está selado e a pressão cresce lentamente, o que é um bom sinal", declarou no dia 18/07 o diretor de operações da BP, Doug Suttles, durante uma teleconferência.
O IMPACTO NO MERCADO DE SEGUROS
No mercado de seguros e resseguros, a conta do prejuízo já esta sendo feita. Para a Swiss Re, as percas totais seguradas do acidente podem atingir a casa de US$ 3,5 Milhões. Na Munich Re, as estimativas preliminares foram feitas e posteriormente se mostraram insuficientes. O prejuízo irá muito alem das perdas financeiras, com reflexos negativos em diversos aspectos.
O evento é visto como divisor de águas para os mercados de tarifas de Offshore Energy. Conforme estudos, as taxas de seguros estão mais elevadas e muitas companhias estão saindo dessa carteira, o que resultará em menor capacidade deste setor daqui pra frente. Do montante de US$ 20 bilhões estimados em perdas no acidente do Golfo do México, o valor a ser desembolsado pelo mercado de seguros não deve chegar a 10%. O total de prejuízo do setor deve ultrapassar US$ 1,2 bilhão, levando em conta que boa parte dessa perda trata-se de auto seguro da operadora da plataforma.
A Transocean tem apólice de US$ 10 milhões de acidentes pessoais para seus funcionários que operaram a plataforma do acidente. Possui outros US$ 5 milhões para cobrir danos a terceiros (funcionários que trabalhavam na plataforma e não eram funcionários da BP), e alem disso a companhia tem US$ 950 milhões para qualquer prejuízo causado pelo acidente a terceiros.
O dano material coberto pela apólice de riscos de petróleo Transocean está segurado em US$ 560 milhões, porem estima-se que o valor atual de reposição de uma plataforma idêntica esteja em US$ 700 milhões. Em meio a esse cenário, a BP que sempre optou pelo auto seguro através da sua seguradora cativa por alegar que o volume de prejuízos global é menor que o prêmio do seguro, mas quando a conta dos gastos com a limpeza atingiram os US$ 3 bilhões a empresa quis acionar o Lloyd’s of London para receber o valor da limpeza do vazamento. Porem, o que cabe aos sindicatos londrinos é a indenização mediante qualquer dano material e não ambiental. Logo, o custo da limpeza do vazamento no Golfo do México é um risco definitivamente excluído. Neste caso, é difícil separar o que realmente é considerado dano ambiental.
O principal recado do caso BP para o mundo e para o Brasil, em meia a exploração da camda pré-sal, é a importância das companhias terem um programa efetivo de gerenciamento de riscos. Como o seguro é uma das ferramentas disponíveis acionada quando os dispositivos de prevenção não foram suficientes, o padrão de risco exigido tende a ser maior daqui pra frente. Não basta transferir a responsabilidade para as seguradoras, as empresas têm de ter consciência e uma efetiva política de gerenciamento de risco. È preciso aliar a parte de seguros com as estratégias de sustentabilidade.
fontes: Revista Apólice; g1.com.br; veja.com.br; uol.com.br.
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