segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Consórcio para prestação de serviços, plástica tem maior procura.


Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), de janeiro a junho deste ano, o volume de negócios chegou a R$ 28,5 bilhões, valor 33,2% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, R$ 21,4 bilhões.

Até maio, eram 25 as administradoras que ofereciam grupos de serviços. Nos cinco primeiros meses do ano, de acordo com a associação, 29,4% dos consorciados sorteados utilizaram sua carta de crédito nas áreas de saúde e estética, 15,2% para festas e eventos, 8,9% em turismo e 2,9% em educação. Hoje, há no país cerca de 4.600 consumidores em grupos de consórcios de serviços, e o valor do crédito varia de R$ 2.000 a R$ 38 mil.

Cirurgia plástica, festa de casamento, viagem, estudos e reforma. É cada vez maior o número de pessoas que buscam o consórcio para a realização destes sonhos. A modalidade que permite a aquisição de serviços começou a ser comercialziada no País há pouco mais de um ano e registra avanço de até 350%.

O Grande ABC também registra aumento da demanda nesse segmento, em especial para festas de casamento e cirurgias plásticas.

"É mais fácil e mais barato pagar o consórcio para realizar esses sonhos. Em média, são 144 participantes por grupo e até 48 meses para pagar", afirma a gerente de vendas da Embracon no ABC Leila Lopes, que avisa que a taxa de administração do consórcio varia de 9% até 20%.

São muitos os serviços que o consorciado pode pagar com a carta de crédito, embora a maioria dos consumidores, de acordo com as administradoras, desconheça a possibilidade.

“Um de nossos clientes usou sua carta de crédito para pagar dívidas com um contador, por exemplo. O contador deu uma nota fiscal de serviço para o cliente e nós repassamos o pagamento. As pessoas precisam saber que esse tipo de uso do crédito é permitido”, afirmou Gisele Reis de Paula, gerente de Imagem e Relacionamento da Embracon.

Uma das vantagens desse tipo de grupo consiste na possibilidade de o participante pagar o serviço que quiser. No consórcio de bens, já é definido previamente se a compra será de um carro, de uma moto ou de um imóvel, por exemplo.

“Se uma pessoa entra em um consórcio de serviço com o objetivo de pagar sua festa de casamento e, no meio do caminho, o noivado não dá certo, ela pode usar o dinheiro, quando for contemplada, para fazer uma viagem, por exemplo”, disse a gerente.

Taxa é 50% menor que de crédito pessoal

No Grande ABC o sonho de realizar a festa e casamento ou de fazer cirurgia plástica são os que mais levam clientes a recorrer ao consórcio. Foi o que fez a vendedora Solange Cerezine, 46 anos e moradora de Santo André. Depois de escolher o cirurgião plástico e descobrir o custo do procedimento, ela pesquisou muito antes de optar pela compra de uma cota.

"Minha filha trabalha em banco e, primeiro, fui atrás de empréstimo, mas ficava caro demais e optei pelo consórcio. A diferença é grande", admite a vendedora que diz que a instituição bancária, que cobraria menos juros, pediu 36 parcelas de R$ 760 para emprestar R$ 6.000, enquanto a cota de R$ 8.000 com a empresa de consórcio escolhida saiu por 36 prestações de R$ 288, menos da metade do preço.

Classe C é principal público da modalidade

O aumento da renda e dos níveis de emprego, aliado à ascensão da classe C, tem contribuído para o crescimento do setor de consórcios. Com ganhos de R$ 1.530 a R$ 5.100, a chamada nova classe média já começa a sonhar com cursos no Exterior e festas de debutantes, o que aumenta o interesse dessa camada da população pelos serviços de consórcio, que tornou-se uma espécie de poupança carimbada e com objetivo determinado.

"O consórcio é uma modalidade interessante, porém, para quem realmente quiser entrar em um grupo, é preciso ter em mente que não é interessante desistir no meio e saber que terá de arcar com todos os pagamentos mensais. Caso contrário, não vejo como a melhor forma de pagamento", disse o advogado Alexandre Berthe, do Berthe e Montemurro Advogados Associados.

fonte: G1; DGABC

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